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O que o Brasil pode ganhar ou perder com resultado das eleições nos EUA - BBC News Brasil

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Oct 20, 2020 4 mins, 3 secs

Mas a gestão Bolsonaro defende que a aproximação de agendas dos países não é resultado apenas da simpatia mútua entre seus mandatários, mas o reconhecimento de que a relação até então morna com os americanos representava uma oportunidade desperdiçada de aumentar o fluxo de negócios bilaterais e a influência política brasileira na América Latina.

Dado o investimento feito pelo Brasil na "relação privilegiada", o resultado da atual disputa entre Trump e o democrata Joe Biden é visto como crucial para o futuro da relação entre os países e para o sucesso de ao menos parte das apostas feitas pela gestão Bolsonaro.

O ocupante da Casa Branca nos próximos quatro anos terá papel fundamental em determinar o avanço de um acordo de livre comércio dos países, a entrada do Brasil na OCDE e o papel geopolítico dos brasileiros na América Latina.

E se tornou um consenso entre empresários americanos e brasileiros que a relação comercial ficará estagnada no atual patamar se os governos de ambos os países não se moverem para retirar barreiras — tarifárias e não-tarifárias — das negociações.

"O Brasil entrou em campo", anunciou em meados do ano passado o Ministro da Economia, Paulo Guedes, empregando metáfora futebolística para se referir à possibilidade um acordo de livre comércio entre o país e os EUA.

Da Casa Branca, Trump deu força ao entusiasmo: "Nós vamos trabalhar em um acordo de livre comércio com o Brasil.

Embora não resolvam gargalos históricos e importantes na relação comercial entre EUA e Brasil, como a barreira de 140% imposta pelos americanos à importação de açúcar brasileiro, os empresários acreditam que os acordos podem aumentar o fluxo de negócios entre os dois países — que em 2020 sofreu uma queda de mais de 25%, puxada pela pandemia de coronavírus.

Em maio desse ano, em iniciativa inédita, mais de 30 organizações empresariais dos dois países assinaram uma carta conjunta cobrando celeridade das autoridades brasileira e americana para firmar justamente o pacto recém-anunciado.

"Queremos que essa agenda do comércio entre os dois países seja vista como algo suprapartidário, que qualquer governo, de qualquer um dos países, possa levar adiante, porque é do interesse dos empresários dos dois lados", afirmou Carlos Eduardo Abiajodi, diretor de desenvolvimento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Até por isso, especialistas no assunto dizem que um acordo de livre comércio entre Brasil e EUA pode exigir negociações que se estendam por mais de uma década.

Caso se reeleja, Trump deve manter a cadência entre fazer concessões ao aliado na América do Sul e aplicar medidas protecionistas que sejam importantes para sua política doméstica.

Pragmático, o democrata não é visto como alguém que irá queimar pontes com Bolsonaro logo de saída, até porque não pretende ceder espaço de influência política e economia para os rivais chineses no continente americano.

E garantiu que só faria negócios tecnológicos com países que respeitassem a " segurança dos dados" e a soberania brasileira, no que foi lido como um recado para a chinesa Huawei de que ela está fora do páreo na instalação da rede 5G no país.

A disposição do atual governo brasileiro fez com que Trump anunciasse no ano passado o Brasil como seu "aliado preferencial extra-Otan" — nome para designar países que não são membros da aliança Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) mas são aliados estratégicos militares dos EUA, ou seja, que terão um relacionamento de trabalho estratégico com as Forças Armadas americanas.

A visita de menos de quatro horas de Pompeo no Brasil, sem que o secretário sequer passasse em Brasília, foi encarado por senadores como um uso do território brasileiro para fazer ameaças veladas a Maduro, o que Araújo negou

Alinhado tecnológica e militarmente aos EUA, o Brasil se coloca em oposição ao interesse chinês e, regionalmente, se posiciona como aliado de primeira hora em relação aos planos americanos para minar o regime Maduro na Venezuela

E embora esses dois pontos sejam absolutamente prioritários na agenda de Trump — e devem seguir assim pelos próximos quatro anos, caso o republicano vença — , eles são também de grande importância para Biden e os democratas, em dois raros exemplos em que políticos dos dois partidos tendem a concordar

Seja qual for o presidente americano, ele deverá contar com o Brasil para ter sucesso na empreitada

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