Na tentativa de acordo que previa o repasse de 70 milhões de doses, o laboratório pretendia entregar as primeiras doses em dezembro passado, mas as tratativas não avançaram.
O primeiro contrato com o laboratório para a compra de 100 milhões de vacinas somente foi assinado em 18 de março, à s vésperas da saÃda de Pazuello do comando do Ministério da Saúde.Naquele momento, por outro lado, o ministério já havia assinado contratos de compra das vacinas Covaxin, da indiana Bharat Biotech, e Sputnik V, da Rússia — ambas até hoje ainda sem aprovação para uso no paÃs por parte da Anvisa.Um memorando de entendimento para a compra de 70 milhões de doses da vacina foi assinado no inÃcio de dezembro como uma estratégia para amarrar a empresa, disse a outra fonte.Somente com o recrudescimento da pandemia no paÃs entre o fim do ano passado e inÃcio de 2021 e os atrasos no cronograma de produção da vacina Oxford/AstraZeneca pela Fiocruz o governo decidiu-se pela compra de mais imunizantes — mas, ainda assim, a Pfizer era alvo de ataques.No dia 23 de janeiro, o Ministério da Saúde divulgou uma dura nota em que disse que as doses iniciais oferecidas pela Pfizer ao Brasil seriam “mais uma conquista de marketing, branding e growth para a produtora de vacina, como já vem acontecendo em outros paÃses”.“Vale reforçar que a Pfizer encaminhou três propostas ao governo brasileiro, para uma possÃvel aquisição de 70 milhões de doses de sua vacina, sendo que a primeira proposta foi encaminhada pela companhia em 15 de agosto de 2020 e considerava um quantitativo para entrega a partir de dezembro de 2020”, disse a empresa em nota de janeiro deste ano, quando o acordo ainda não havia sido fechado.Com a demora nas negociações, as primeiras doses de vacinas da Pfizer só chegaram ao paÃs no dia 29 de abril — mais de quatro meses depois da primeira previsão de oferta.O laboratório deve fechar esta semana um segundo contrato com o governo para fornecer ao Brasil outras 100 milhões de doses do imunizante.
Mesmo prevendo transferência de tecnologia, a compra da CoronaVac entrou numa espécie de limbo em outubro após Bolsonaro ter vetado o anúncio feito por Pazuello de compra de 46 milhões de doses desse imunizante e dito publicamente que não iria comprar a vacina.